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destaquevhils 1

Alexandre Farto (a.k.a. Vhils)

Alquimia

19 de outubro a
19 de dezembro de 2023

Usina Luis Maluf
Rua Brigadeiro Galvão, 996
Barra Funda, São Paulo, SP

Alquimia

A multidão é uma união de singularidades. Ela é sempre plural. É, por vezes, no meio da aglutinação de pessoas onde nos sentimos mais sozinhos, mas é também no mar de indivíduos unidos pela mesma fantasia onde mergulhamos na onda prazerosa da presença e da euforia. Estar em meio à multidão é confrontar o silêncio, é lutar contra o apagamento. São imagens de poderosos momentos da história, em que indivíduos pensam coletivamente sobre seu futuro, que Vhils traz para esta exposição. Episódios disruptivos que reafirmam a singularidade de um grupo, um povo ou uma cidade – a grande protagonista do trabalho do português Alexandre Farto.

Nesta exposição, as articulações políticas e as palavras de ordem de diferentes manifestações públicas não estão tanto em primeiro plano como a efemeridade dessas experiências libertárias. O povo que inicialmente ocupa as ruas da cidade e vocaliza desejos em uníssono vê essa potência se dissipar, o sonho se esvair. A multidão torna-se massa, a individualidade é sobreposta pela sociedade de consumo, a universalidade é arrebatada pela globalização. Nas obras de Vhils, registros de luta por utopias tornam-se fantasmas em imagens não-identificadas, decompostas e desgastadas. Elas representam ao mesmo tempo a esperança e a falência. Somos capazes de sustentar sonhos e lutas coletivas por mais tempo? Como transformar esses ápices da história em marés duradouras e comunitárias de consciência, reafirmação e vocalização?

O título da exposição, “Alquimia”, representa o sentimento inexplicável e mágico gerado na união entre pessoas, e também os processos químicos, de ligação e troca de energia, que permeiam as compatibilidades dos encontros. Reações químicas também fazem parte do processo de produção das obras de Vhils, que usa substâncias como ácidos e corrosivos para enferrujar e desmanchar as camadas superficiais das imagens com as quais trabalha, fazendo surgir sedimentos mais profundos.

Ele corrói, raspa, fura e explode superfícies em uma constante prática de desconstrução e construção. E quanto mais o artista escava, mais ele revela. Em um processo arqueológico, Vhils se aprofunda na história das cidades, e no passado e presente dos anônimos que a constroem. As pessoas que deveriam ter monumentos dedicados a elas são frequentemente aquelas cujos rostos não conhecemos. Nas obras de Vhils, suas faces estampam billboards, paredes, portas e metais. Esses indivíduos são os protagonistas da sua narrativa, assim como a multidão de manifestantes, que toma as rédeas da sua própria história.

Julia Flamingo